A saudade bateu à porta e não há como não deixa-la entrar. Não tenho como manda-la embora. Às vezes ela chega de mansinho, como uma chuva fina que vai me molhando sem que eu perceba. Outras, chega como uma tempestade com rajadas de vento, trovões e raios, me assustam e assustam quem está por perto. Mas não há como fugir, nem da chuva mansa, nem da tempestade. Temos que passar por ela, nos molhar, ficar ensopados por este sentimento. Um sentimento de dor, de falta… um banzo. Saudade não é apenas sentir a ausência, mas é a vontade da presença. Presença de uma pessoa, de um tempo ou de um lugar. A saudade é triste e cinza. Hoje ela veio tomar um café comigo e resolveu ficar para o jantar.
Autora: Cláudia E. Matta
Autora: Cláudia E. Matta